domingo, 22 de julho de 2007

Artigo

O Presidente Não Pensa em Renunciar

(*) Por MARCIO ACCIOLY

O presidente da República, Dom Luiz Inácio (PT-SP), ao se pronunciar sobre o maior acidente da aviação aérea brasileira (somente 72 horas depois), disse estar “com o coração sangrando”. Mas todos os incompetentes que o cercam continuam no governo.
A anunciada demissão do ministro Waldir Pires (Defesa), circula por todos os meios de comunicação sempre que problemas referentes à sua pasta se acirram, e tudo continua no mesmo. O cinismo da ministra Marta Suplicy (Turismo), “relaxa e goza”, transita nas benesses e mordomia que a transporta planeta afora, às nossas custas.
O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, juntamente com seu assistente, Bruno Gaspar, continua às expensas da população, mesmo depois do gesto em que expressou vilania e pequenez, na imagem flagrada pelas lentes da Rede Globo.
No Brasil, alcançamos deplorável situação em que as estradas são intransitáveis (não bastassem os assaltos diários), a navegação de cabotagem não funciona e o espaço aéreo se transformou em verdadeira roleta-russa. Estamos quase que isolados.Mas há quem enxergue exagero em tais colocações, pois a maioria das pessoas prefere ser iludida (com todo o sofrimento carreado), a abrir os olhos para a triste realidade ou para inadiável necessidade de mudança exigida.
A gestão “administrativa” (entre aspas), implantada pelo PT, é um mar de denúncias envolvendo assassinatos, desvios financeiros, nepotismo e fracasso. Seguindo e alargando os mesmos passos da gestão FHC (1985-2003) que a antecedeu.
A crise do apagão aéreo, que se perpetua, serviu apenas para retirar de foco as denúncias sobre o assassinato do prefeito de Campinas, Toninho, ocorrida no dia 10 de setembro de 2001, bem como a do prefeito de Santo André, Celso Daniel, no dia 20 de janeiro de 2002.
Ninguém se lembra mais do gravíssimo depoimento prestado pelo economista Paulo de Tarso Venceslau à CPI dos Bingos (na terça-feira, 18/01/06), dizendo ter denunciado ao hoje presidente da República o esquema de arrecadação caixa dois em prefeituras petistas, efetuado pela Cpem – Consultoria para Empresas e Municípios.
Sua hoje excelência era, então, presidente nacional do PT, e só tomou uma providência no caso: mandou expulsar o economista das fileiras da legenda. A denúncia relacionava o advogado Roberto Teixeira à bandalheira, pois o compadre de Dom Luiz Inácio era o representante da Cpem.
A roubalheira começou na prefeitura administrada por Ângela Guadagnin, em São José dos Campos (SP), a mesma da dança da elefantinha no plenário da Câmara, que comemorou a absolvição do deputado João Magno no esquema do mensalão (ele confessou ter embolsado 426 mil reais).
Uma outra providência que ainda não se tomou foi a de aprofundar investigações acerca dos milhões e milhões de reais que vêm sendo ganhos pelo filho de Dom Luiz Inácio, Fábio Lula Inácio da Silva, o qual de repente se revelou próspero empresário, a partir da ascensão do pai à Presidência da República.
Enquanto ninguém faz nada e o crime frutifica, Dom Luiz Inácio mergulha numa quase clandestinidade, cuidando de revisar futuros roteiros turísticos internacionais. Sua excelência deverá ir à Dinamarca e outros países daquela Região, tão logo esteja assentada a poeira de recentes desmandos e flagrante incúria.
Engana-se quem imagina que Dom Luiz Inácio seja capaz de assumir a própria incompetência e renunciar. Ainda teremos muitos pecados a pagar: justa e injustamente.

(*) Márcio Accioly é Jornalista.

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