quarta-feira, 25 de julho de 2007

Já vai tarde

Passei a manhã ocupado. Só agora, 13 horas, tive tempo de ver a internet. Acabo de abrir e dou de cara com uma cena mais que desoladora. O presidente Lula derrama copiosas lágrimas no ombro de um não menos chorão Waldir Pires, agora – para nosso alento – ex-ministro da Defesa. A foto ainda está lá na página principal do UOL para quem quiser ver.

Lula é assim mesmo. Nomeia sem qualquer critério pessoas para cargos que precisam de gente de pulso. E qualificada. Quando não dá certo – e quase sempre não dá, exatamente por falta de qualificação do “amigo” ou “compadre” –, vê-se cheio de pernas para demitir. Faz isso – aliás, o fez pouquíssimas vezes – com o coração partido.

A prova está aí: a choradeira ao ter que se desfazer de um desastrado, desgastado e patético ministro que não soube a que veio. Quando chamado à responsabilidade na CPI do Apagão Aéreo, Pires reclamou do salário de ministro. Ganhava pouco, o coitado. A pergunta é: por que, então, aceitou o cargo, se sabia que o salário não era lá tudo isso?

O melhor de tudo, no entanto, é a possibilidade de que a decisão de Lula gere efeito dominó. Ao descartar Waldir Pires, que caia também o Comandante da Aeronáutica, o presidente da Infraero, o presidente da ANAC e todo seu staff... Incompetência no serviço público deve ter limite.

A esperança está agora nas mãos de Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, tido como homem de pulso. E vai precisar de toda torcida a favor. O ninho de cobras formado pelos donos de companhias aéreas não é docinho, não.

Como disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), ao assumir a Pasta da Defesa, Jobim põe sua biografia em risco. Esperar para ver.

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