Se Papai Noel existisse
Papai Noel não existe, é claro. Mas se existisse, nós, do Fontebrasil, teríamos miríades de pedidos a lhe fazer. Sim, porque já não dá mais para aguentar as coisas como estão, embaladas pela mentalidade dominante no Brasil, que valoriza a esperteza e o sucesso a qualquer custo.
Se Papai Noel existisse, pediríamos a ele que jogasse no aterro sanitário parte dos políticos que se estriba no voto comprado para usurpar o Erário e, assim, tornarem-se ricos e poderosos a ponto de decidir quem vive e quem “abotoa o paletó”, à míngua, nos gélidos corredores dos hospitais brasileiros.
Se Papai Noel não fosse apenas um ser virtual que acalenta o sonho de inocentes infantes, se ele fosse um ser palpável, de carne e osso, nós, do Fontebrasil, escreveríamos a ele uma cartinha pedindo que os políticos roraimenses tomassem boa dose de vergonha na cara.
Vergonha que lhes constrangessem a mudar de atitude a ponto de se esquecerem de se aproveitar da “Viúva”, abandonando o lado pessoal, e pensassem mais nas questões maiores, como a perenidade da energia elétrica, as ruas sem buracos, a segurança digna para os cidadãos, tanto os que moram no Centro como aqueles que habitam nas esquecidas periferias de Boa Vista, entre outras.
Se o “bom velhinho” não fosse “história da carochinha”, nós arguiríamos bons ventos para Roraima. Pediríamos, por exemplo, que a Justiça fizesse tão-somente a justiça. Que os órgãos públicos fossem povoados por pessoas que tivessem o compromisso único de servir o público.
Que os políticos esquecessem o nepotismo e beneficiassem, de um modo geral, aqueles que maior capacidade mostrassem para ocupar tais cargos; que não transformassem o serviço público em cabide de emprego para parentes e agregados.
Se o homem de barbas brancas, barriga de nós todos e largo sorriso no rosto – Ho, ho, ho! – fosse verdadeiro, pediríamos que, com sua varinha de condão, fizesse os políticos acordar para a necessidade de ganhar eleição não à custa da compra das consciências, mas expondo suas plataformas de trabalho, de maneira que o eleitor pudesse votar com a razão e não com a barriga.
Se Papai Noel existisse, rogaríamos a ele que incutisse na classe política o sentimento de equidade, a ponto de fazê-la entender que está errado uns ostentarem tanto, enquanto tantos são obrigados a sobreviver com tão pouco; que os políticos entendessem que cestas básicas e bolsas-miséria não resolvem o problema de ninguém e sim emprego digno.
Enfim, se Papai Noel existisse...
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