(Veja.abril.com)
Nos próximos meses, assim que ocorrer o corte de 500.000 funcionários públicos anunciado na última segunda-feira, os cubanos demitidos serão incentivados a criar cooperativas para trabalhar com atividades que vão da criação de coelhos à prestação de serviços, como operação de taxis.
Eles também podem ser absorvidos por companhias estrangeiras ou abrir negócios, no que especialistas classificam como a "maior mudança do setor privado no país". As informações estão em um documento obtido pela agência de notícia Associated Press e divulgado nesta terça-feira.
O texto de 26 páginas circulava desde o fim de agosto entre altos dirigentes do Partido Comunista de Cuba e dá detalhes sobre os cortes de empregos públicos, a abertura de cooperativas e a concessão de licenças para abertura de negócios próprios.
O governo cubano justificou a demissão em massa dizendo que o setor estatal está "inflado" e que o país não consegue mais arcar com o peso da ineficiência. Em um trecho sobre "ideias de cooperativas" no documento, fica especificado que serão aceitas na ilha comunista, por exemplo, cooperativas de curtidores de peles ou fabricantes de ração, de carpinteiros e oficinas de serralheria e de automóveis.
Analistas avaliam a mudança como a maior do setor privado no país desde a revolução cubana em 1959. O anúncio dos cortes foi feito dias após o ditador Fidel Castro dizer que o modelo econômico cubano não funcionava mais. Contudo, após a repercussão de suas declarações, ele voltou atrás e disse que "foi mal interpretado".
Há um mês, o presidente cubano, Raúl Castro, já havia afirmado que gostaria de reduzir o papel do Estado para lidar com a grave crise que atingia a economia socialista do país. Na ocasião, disse também que as demissões teriam o objetivo de "suprimir os enfoques paternalistas que desestimulam a necessidade de trabalhar para viver.”
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