sábado, 26 de junho de 2010

Vida de Oleiro

Foto: Autoria Própria

Margem esquerda do rio Branco, em frente a Boa Vista, local conhecido como Vila Vintém. Em tempos de baixa do rio, a área é usada por oleiros que sobrevivem da fabricação de tijolos. É de lá que saem mais de 60% da produção de tijolos a alimentar a construção civil da Capital. Este ano, só o cocuruto de poucas taperas ficou de fora.

Ontem à tarde, indo para a Cidade Santa Cecília, conversei com alguns trabalhadores que deixaram debaixo d'água além das esperanças, milheiros e milheiros de tijolos queimados, além de muitos pertences pessoais, como fogões, redes, etc.

Não toparam ser fotografados, mas se queixavam que estão sem trabalhar desde março, quando as águas subiram de supetão. Todos os anos eles apostam no inverno fraco. Ficam resistindo à decisão de deixar o local até o último momento.

No ano passado, o inverno foi fraco e não foram obrigados a abandonar o local. Já neste ano, as águas vieram de enxurrada. Não deu tempo de retirar a produção e muito menos os pertences pessoais.

Ainda está debaixo d'água algo em torno de 50 milheiros de tijolos queimados, que não se deterioram com a enchente. É incrível, mas alguns me disseram que estão retirando os tijolos de pouquinho. Uns ficam dentro da canoa puxando, enquanto outros amarram os tijolos embaixo d'água. Haja fôlego!

Segunda-feira farei uma visita ao local para ver como é que se realiza a tal operação resgate de tijolos queimados e afogados.

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