Quem assiste à transmissão dos jogos da Copa e vê tanta alegria entre os sul-africanos não imagina o tamanho da sujeira guardada debaixo do tapete no que se refere à perversões sexuais, com ênfase especialmente para o número de estupros praticados.
Os números são eloquentes. Uma pesquisa patrocinada pelo próprio governo sul-africano mostrou que, em 2007, houve 75,6 estupros por grupo de 100 mil habitantes - cinco vezes o registrado na cidade de São Paulo.
Nos 12 meses contados a partir de abril de 2008, foram mais de 70 mil queixas de crimes sexuais, aumento de 10,5% em relação ao período anterior. Calcula-se que sejam muito mais, pois é comum que as vítimas de estupro se recusem a prestar queixa.
Segundo a organização não-governamental Pessoas Contra o Abuso de Mulheres, apenas um em cada nove estupros na África do Sul é denunciado à polícia. Entre eles, apenas 7% terminam em condenação. Índices mais chocantes dão conta de um estupro a cada 30 segundos no país, ou 1,2 milhão de estupros por ano.
Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul, com base em entrevistas com 1.738 homens, aponta que um em cada quatro homens das Províncias de KwaZulu-Natal e do Cabo Oriental estaria envolvido em agressões sexuais, entendidas como sexo não consentido ou tentativa.
(F.Zanini/L.Capriglione - Ilustríssima - Folha de SP, 27)
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