quarta-feira, 19 de março de 2008

História mal contada

Que o Presidente Lula é preocupado com aqueles que passam fome, disso não se pode ter dúvida. Está aí o Bolsa Família, que, queira ou não, tem posto comida no prato de muita gente que há muito não sabia o que era uma refeição digna.

Há de se levar em conta, no entanto, a dimensão dessa preocupação. Quem se beneficia de forma ordeira do Bolsa Família deve saber que o programa é assistencialista, e ponto.

Não tem nada de perenidade. Se amanhã o Lula sair do Governo e outro qualquer que assumi-lo decidir acabar com a Bolsa-Esmola, digo, Bolsa Família, todos os beneficiados de hoje com o prato de comida de cada dia estarão de volta à lona.

Em outras palavras, o Bolsa... não concede aos miseráveis de hoje nenhuma certeza no amanhã.

Nem podia ser diferente. Afinal, todos sabemos que o Governo Lula é sectário, dado à corrupção deslavada.

Mentiras, então, nem se fala. A última é o aumento concedido a 800 mil servidores federais.

Muitos "barnabés" ficaram eufóricos com a notícia alardeada semana passada. Decepção geral. A coisa não é o que parece ser.

Faltou ao Ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, esclarecer que os aumentos não têm nada de novo.

São resgates da palavra empenhada lá atrás. Todos os servidores que serão contemplados com os reajustes, fizeram por merecê-los.

Ou seja, é fruto de briga. E muita briga. Greves, protestos etc. e tal. Na ocasião o governo acedeu aos pleitos. Mas não passou de vitória de pirro para os manifestantes. Lula não honrou os compromissos assumidos.

Agora, às vésperas das eleições de outubro, parece um bom momento para fazer proselitismo com os recursos públicos.

E o empertigado Willian Bonner fala com toda a autoridade:

– O Governo vai conceder aumento para 800 mil funcionários públicos.

Só não disse que a história, de mal contada, merece um quê de desconfiança.

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