terça-feira, 13 de julho de 2010

Brasil, um país de poucos

Por Francisco Espiridião

O presidente Luis Inácio Lula da Silva vai passar o governo no dia 1.º de janeiro de 2011 ao seu sucessor ou sucessora sem grandes avanços em relação ao país que recebeu em 1.º de janeiro de 2003.

Para não generalizar, vejam-se apenas dois setores distintos: a saúde, com suas filas que serpenteiam nos postos de pronto atendimento, hospitais e prontos socorros da vida, e, segundo, a segurança pública. Quem se sente protegido hoje tanto nas grandes, como nas médias e pequenas cidades?

Na saúde, o povo - feito gado novo - pasta nos corredores de hospitais, sofrendo suas dores aos gritos, literalmente, acometido muitas vezes de doenças há décadas erradicadas no Primeiro Mundo, a exemplo da dengue que segue matando brasileiros.

Pacientes ficam horas, dias à espera de um leito para uma provável internação e, quando conseguem, amargam a falta de medicamentos. Em muitos casos, falta gaze para um simples curativo ou uma dipirona para aliviar a dor que lateja com maior intensidade nas consciências.

Na segurança, a entropia não é menor. O terror instalado nos grandes centros – Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, entre outros – espalha-se Brasil afora. A coisa está tão grave que em muitos ocorridos já não se discerne a olho nu o bandido do policial.

Pouca coisa foi feita em quase oito anos de (des)governo nessas duas áreas. Os hospitais permanecem na UTI, enquanto as autoridades veem languidamente o crack e a cocaína dominando os jovens, sem dó nem piedade, o que dá toda razão a Sd Boys com o seu rap “Tá dominado, tá tudo dominado”.

O que se vê é o crescimento e a institucionalização do crime organizado, enquanto o presidente da República afronta as leis, como um gangster qualquer, a ponto de se ver condenado (multado) pela Justiça Eleitoral não uma ou duas vezes, mas seis.

Definitivamente, ainda falta muito para que o slogan desse (des)governo – “Brasil, Um País de Todos” – se torne realidade. Por enquanto, está mais para “Brasil, Um País de Poucos”.

Poucos apaniguados do poder, ostentando seus polpudos cargos comissionados numa administração capenga cuja marca maior não é a competência, mas sim a estrela do PT brilhando no peito. Ah, como é bom ser petista!

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